Experiência do Programa AFROUNEB (Universidade do Estado da Bahia- UNEB: Construção de uma política de Afirmação e Valorização da Diversidade. A aprovação da Lei 10.639/03 representa uma das várias conquistas a cerca da valorização da cultura africana e afro-brasileira no nosso país. Por meio disso, possibilidades foram criadas (programas, cursos entre outros em nosso país) para favorecer a inserção adequada dos conhecimentos relacionados à História da África e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares com o desenvolvimento de política de incentivo ao combate, à discriminação racial e a desvalorização da cultura africana e dos afro-brasileiros, os quais refletem o processo de exploração vivido pelos povos de origem africana.
Um bom exemplo das iniciativas que ocorrem em nosso está ocorrendo na universidade Estadual da Bahia – UNEB, com o programa Afrouneb – Ações Afirmativas, igualdade racial e compromisso na construção de uma nova cultura universitária – é uma das Ações afirmativas, pensadas na UNEB para contribuir com o sistema de cotas implantado, desde o ano de 2003, pela instituição para diminuir o processo de exclusão dos afro-descendentes e do conhecimento produzido por eles, em certos espaços da prática social e educacional, por meio da reformulação de possibilidades, as quais favorecem as discussões referentes à diversidade etnico-racial nos diversos ambientes da produção humana.
As atividades desenvolvidas no Programa Afrouneb contribuíram para aprofundar o entendimento sobre diversidade étnica e as questões culturais existentes na sociedade e o quanto é necessário o compromisso social na construção de ações que busquem uma igualdade racial de oportunidades para os indivíduos e a afirmação positiva da cultura africana na construção da nossa identidade afro-brasileira em nosso país.
A participação do programa favoreceu ao aprofundamento de algumas questões relacionadas à dinâmica do modo de vida africano e ao conhecimento produzido em áfrica nas suas organizações sociais, econômicas, políticas, tecnológicas e filosóficas do conhecimento que influenciaram na reformulação das questões, que repercutem na construção da imagem negativa e inferiorizada das realizações africanas, no decorrer da história do Brasil. E os estereótipos cristalizados no senso comum, relacionados à irracionalidade africana e os laços mentais que vinculam o continente a miséria e selvageria, resquícios do processo de colonização ocorrido na formulação da identidade cultural brasileira, construída a partir da afirmação de uma democracia racial que verdadeiramente não existe, já que certos modos de vida são desvalorizados para afirmar os modelos eurocêntricos de civilizações. Pois, como afirma Cunha “o elemento básico para introdução da História africana não está na história e sim na desconstrução e eliminação de alguns elementos básicos da ideologia racista brasileiras”. Daí a importância da descolonização mental, a partir da valorização da diversidade das produções das civilizações nos seus diferentes tempos e culturas, um dos caminhos para promover a igualdade racial.
Desta forma, o Programa Afrouneb contribui para alicerçar a identidade negra e compreender as infinitas possibilidades de construir trabalhos interessantes sobre a História africana e Cultura Afro-brasileira, no entanto, cabe aos indivíduos o compromisso para a seleção, identificação e sensibilidade com a temática e a positivação das africanidades nos diferentes espaços socais. Para que não ocorram os mesmos erros de valorizar certas concepções de vida como as dos não-negros e a marginalização da africanidade que também influenciaram no conhecimento filosófico importante no processo histórico do nosso país.
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